segunda-feira, 25 de junho de 2007

João Falcão: um homem essencial para as telas.


O diretor João Falcão é aquele que se pode chamar de multifacetado. Ele está presente em diversas áreas artísticas como no teatro, cinema tv e música. É responsável por roteiros, direções, adaptações, produções. O pernambucano João Falcão em parceria com Guel Arraes, produziu, na TV Globo, especiais como “O Coronel e o Lobisomem” e “O Homem que Sabia Javanês”. Também é responsável pelo roteiro do filme “O Auto da Compadecida”, “A Máquina”, “Fica Comigo esta Noite”. Nos dois últimos também é responsável pela direção. O Diretor falou um pouco para o site Claquete.


Claquete - Como foi o processo para que a peça “A Máquina” virasse filme?

João Falcão: Assim que o texto ficou pronto eu já tínha o elenco, já sabia que ia fazer uma peça, à medida que o texto era escrito, a Adriana passava para a gente. Eu já ia imaginando os personagens. Foi feito quase em conjunto. O filme não, ele demorou uns cinco anos para ser feito. Depois que o livro foi lançado, depois que a peça foi lançada. Tinha uma distancia. A peça e o filme têm linguagens diferentes. A base é a mesma, o livro, mas são linguagens completamente diferentes.



Claquete - Mesmo com a distância entre as linguagens pode-se dizer que há distinção entre ambos? A encenação do filme o aproxima de um espetáculo teatral. Isso é bom, ou ruim?

JF: O filme tem uma linguagem não realista, mas eles têm linguagens diferentes. A peça não tem cenário. Não procura localizar. São quatro atores interpretando o mesmo personagem. É uma linguagem completamente fragmentada, teatral mesmo, que não podia ser transportada para o cinema. O cinema apesar de ter uma linguagem não realista é até mais próximo da realidade.


Claquete - Como foi à criação do personagem do Paulo Autran, o Antônio de oitenta anos?

JF: Na verdade o personagem do Paulo Autran é o que existe. No livro, o tempo todo é ele contando, narrando a história, na peça também, só que são quatro pessoas contando como se estivessem disputando, inventando a história. É um narrador, um cara que viveu esta história cinqüenta anos atrás. No livro é assim, na peça é assim, só que no filme aparece esta pessoa.

Claquete - O filme, “Fica Comigo está Noite” também vem do teatro. Como é dirigir mais um filme que antes era peça teatral?

JF: Foi uma proposta um pouco diferente. Foi um convite, não foi um projeto meu. O produtor Diler Trindade me fez o convite para adaptar uma peça que ele já tinha escolhido, mas aí eu fiz o roteiro, adaptação e direção. Neste caso sim pode se dizer que é uma adaptação de uma peça de teatro. Eu digo que “A Máquina” é a adaptação de um livro.


Claquete - Antes de todos estes trabalhos uma peça sua foi roteirizada e virou filme. Como foi ver “A Dona da História” no cinema?

JF: É, não é um filme meu. O Daniel Filho quem dirigiu, mas foi baseado em uma peça minha também.


Claquete - Tem alguma preferência?

JF: Não agora eu estou fazendo música. Eu sou muito metido (risos). Na medida em que eu vou fazendo uma coisa eu vou pensando em outra. Vou fazendo o roteiro e vou pensando na direção, na produção, Foi assim no teatro, é assim no cinema.

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