segunda-feira, 18 de junho de 2007

AMANTES DO CINEMA FAZEM FILA PARA FESTIVAL EM CARTAZ NO RIO


Há quem acredite que aquele cineminha, numa tarde de domingo, é ideal para fechar um final de semana com chave de ouro. Mas, existem aqueles que fazem fila para garantir o melhor lugar no cinema e assistir ás produções independentes que não estariam numa prateleira blockbuster de qualquer locadora. Estes são os cinéfilos, considerados loucos por cinema e atentos a todos festivais cult que acontecem pelo Rio. E neste final de semana, a programação dos amantes da sétima arte não foi diferente. Filas e mais filas foram feitas no hall do Centro Cultural Banco do Brasil para assistir aos filmes da 14ª edição do CINESUL , o Festival Ibero-Americano de Cinema e Vídeo.




Mais uma vez o CCBB abre suas portas para o CINESUL, que este ano acontece até o dia 24 de junho e traz três mostras competitivas com exibição de dez longas de ficção, dez documentários e 43 vídeos de média e curta-metragem (VídeoSul), além de mostras paralelas como Madri em Curtas, com produções da Escuela de Cinematografía y del Audiovisual de la Comunidad de Madrid, e outra com curtas-metragens mexicanos. Foram 500 produções inscritas e 17 países selecionados. Argentina, Espanha, Brasil, Portugal, México, Venezuela, Cuba, entre outros países de língua latina, estão incluídos no cardápio do festival. Aqueles que enfrentaram as enormes filas no CCBB poderão degustar com olhos sedentos o plano geral de uma bela cena cinematográfica.




Para Eduardo Freitas, de 23 anos, estudante de Publicidade da Estácio, considerado por ele mesmo “um cinéfilo de plantão”, a expectativa para assistir a ‘A Idade Mais Chata’, do diretor cubano Pavel Giroud é imensa. “Fiquei sabendo que o Pavel foi premiado como melhor diretor no CineCeará, por isso estou aqui enfrentando esta fila para assistir o filme dele”. A estudante de cinema da UFF Vanessa de Abreu, de 21 anos, tem a mesma opinião de seu colega de fila. “Já faz três anos que venho ao CINESUL. Para quem gosta, é uma boa oportunidade para assistir a produções latinas e este filme do Pavel já está na minha lista”, completa a futura cineasta. ‘A Idade Mais Chata’ conta a historia de um garoto de 10 anos, filho de mãe separada que é obrigado a morar com a avó cheia de manias numa moralista Cuba dos anos 50.




A edição 2007 do CINESUL também vai homenagear o ator, diretor e produtor Hugo Carvana, que completou 70 anos no dia 4 de junho. Sua carreira no cinema começou em 1954, no filme ‘Trabalhou Bem, Genival’. Em 1973, estreou na direção do longa ‘Vai Trabalhar, Vagabundo’, no qual também atuou e ganhou o Kikito de Melhor Filme no Festival de Gramado. Entre os filmes de sua carreira que se destacam estão ‘Vai Trabalhar, Vagabundo 2 - A Volta’, ‘O Homem Nu’ e ‘Apolônio Brasil - O Campeão da Alegria’. Daniel Azevedo, de 19 anos, que cursa jornalismo na UFRJ, define o CINESUL como um dos melhores festivais do Rio. “Este ano vim, pois gosto muito do trabalho do Hugo Carvana. Estou louco para assistir ‘Vai Trabalhar, Vagabundo 2 - A Volta’. É um tipo de filme que não encontro nas locadoras e o CINESUL abre espaço para quem gosta de assistir a algo mais antigo”. Para acompanhá-lo, o estudante trouxe a namorada. Amanda Ribeiro, de 20 anos, que cursa administração na Univercidade, conta que a ansiedade é grande. “É a primeira vez que venho. Gosto muito de filmes antigos, principalmente os brasileiros. E nada melhor do que vir ao cinema com uma boa companhia, né” acrescenta Amanda.



Os destaques entre os filmes de média e curta-metragem de ficção que participam da mostra competitiva são o venezuelano ‘Adan y Eva’, de
Laura Muñoz; o brasileiro ‘Justiça ao Insulto’, de Bruno Jorge; a animação ‘A Pequena Ilusão’, de Tomás Creus e Lavinia Chianello; e o documentário panamenho ‘Un Dia en la Joya’, de Abner Bernaim. Na parte dos documentários o brasileiro ‘Jardim Ângela’, de Evaldo Mocarzel; o espanhol ‘El Reverso de la Realidad’, de Alejandro Alvarado e Concha Barquero; o chileno ‘Cruel Separación’, de Sarah Boston; e o argentino ‘Madres con Ruedas’, de Mario Piazza são bastante esperados. Já entre os longas o destaque fica o peruano ‘Mariposa Negra’, de Francisco Lombardi; o cubano ‘La Edad de la Peseta’, de Pavel Giroud; o equatoriano ‘Qué tan Lejos’, de Tania Hermida; e o argentino ‘Solos’, de José Glusman.



Quem quiser garantir um ingresso no tão disputado CINESUL ainda há tempo. Além do CCBB, o festival fica em cartaz no Centro Cultural dos Correios, na Casa França-Brasil, na Cinemateca do MAM e no Centro Cultural da Justiça Federal. “O melhor de tudo, é o ingresso baratinho e estudante ainda paga meia entrada. E a gente ainda pode visitar um dos lugares mais cult do Rio, o CCBB” termina o cinéfilo de plantão Eduardo Freitas. Aproveite também para acessar o site do festival e montar a sua programação:
http://www.cinesul.com.br/

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