domingo, 20 de maio de 2007

MÚSICA EM CENA: Painel "A Importância da Música na Narrativa Cinematográfica"




O nosso MÚSICA EM CENA - 1º Encontro Internacional de Música de Cinema, teve seguimento com este interessante painel realizado no auditório de O Globo. Dele participaram a pianista, cantora e compositora norte-americana Lisbeth Scott, o compositor Marcus Viana e o diretor Cacá Diegues, com a coordenação do jornalista, estudioso da música de cinema e escritor João Máximo.

O painel foi aberto com uma apresentação de Lisbeth Scott, que ao piano interpretou sua canção "Where" de As Crônicas de Nárnia: O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa. Após a apresentação, Lisbeth e os participantes assumiram seus lugares e passaram a responder perguntas da platéia, encaminhadas por escrito, ou as que João Máximo fazia na hora.

A simpática Lisbeth respondeu à primeira pergunta, formulada pelo ScoreTrack, a respeito de sua experiência de trabalho com
John Williams. Ela não poupou elogios ao profissionalismo e cavalheirismo de Williams, que utilizou os vocais da artista nos temas "Munich, 1972" e "Remembering Munich". Lisbeth ainda respondeu sobre Hans Zimmer, a quem considera um sujeito "de muita sorte e esperto, que trabalhou em alguns filmes extremamente bem sucedidos". Também comentou sobre como foi seu ingresso no mundo das trilhas, e questionada sobre Ennio Morricone, ressaltou a importância dele e de sua trilha A Missão como norteadora de sua carreira.




Marcus Viana, em suas respostas, discorreu sobre seus trabalhos para cinema e TV, em especial Olga e o recente documentário O Mundo em Duas Voltas. Sempre é interessante ouvir um compositor falar sobre seu processo criativo, que no caso de Viana sempre esbarra na precariedade de recursos do cinema nacional. Ele falou que em Olga tinha a esperança de trabalhar com uma orquestra de cordas, mas o dinheiro acabou e ele teve de gravar, sozinho, os 18 instrumentos. Esta "orquestra de um homem" também expressou sua admiração por grandes compositores do cinema, como Miklos Rozsa e John Williams.




Já o diretor Cacá Diegues demonstrou ser um grande conhecedor do cinema e de trilhas sonoras, explanando sobre o uso da trilha incidental/canções em seus filmes, a questão dos direitos autorais, a edição de trilhas nacionais em disco, etc. Destacou a importância do trabalho de Bernard Herrmann nos filmes de Hitchcock, e manifestou o discutível ponto de vista de que músicos que eventualmente fizeram incursões no cinema, como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Miles Davis, podem ser considerados compositores de trilhas sonoras.

Enfim, este foi um painel que certamente agradou a todos os presentes, e que deu com êxito seguimento a este projeto único (em termos de Brasil) que é o MÚSICA EM CENA.

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